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domingo, 31 de outubro de 2010

1 de outubro de 2010 19:51


Essa vai entrar para a história


Agência Estado
Dilma é a primeira mulher presidente do Brasil

Dilma Rousseff (PT), 62 anos, é a primeira mulher eleita presidente do Brasil. Com mais de 98% dos votos apurados, a candidata petista alcançou alcança 55,93% dos votos válidos e tem 55,05 milhões de votos. O tucano José Serra tem 43,37 milhões, com 44,07%. A apuração está mais atrasada na região Nordeste, onde a petista lidera com folga nas pesquisas de intenção de voto.
Na sexta eleição presidencial direta desde a redemocratização,  mais de 135 milhões de brasileiros estavam aptos a votar, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Oito estados, além do Distrito Federal, também votaram para governador em segundo turno: AlagoasAmapáGoiásPará, Paraíba, PiauíRondônia e Roraima. A abstenção gira em torno de 20,9%.

Perfil
Economista, ligada à área de energia, Dilma foi servidora pública no Rio Grande do Sul, e construiu sua carreira política no PDT, inspirada por Leonel Brizola. Passou a integrar os quadros do Partido dos Trabalhadores somente em 2001. Foi graças a Lula que experimentou uma ascensão na vida política. Primeiro como ministra de Minas e Energia, depois como “gerentona” do presidente, no cargo de ministra-chefe da Casa Civil. (Veja a biografia de Dilma)


Dilma chegou à pasta mais importante do governo em plena turbulência causada pelo escândalo do mensalão. Teve a responsabilidade de substituir José Dirceu, acusado pelo Ministério Público de ser o chefe do esquema que irrigou partidos aliados com recursos de caixa dois.

Até então, Dilma era uma técnica com conhecimento no setor energético e experiência no governo do Rio Grande do Sul. Na Casa Civil, assumiu o papel de articuladora do ministério, consolidando a fama de dura, ao cobrar prazos e resultados em um amplo leque de assuntos – de política econômica a licenças ambientais.
Em 31 de março deste ano, Dilma deixou a Casa Civil para entrar na pré-campanha, enfrentando então o favoritismo de José Serra (PSDB). A ex-ministra cresceu nas pesquisas e chegou a ter mais de 50% dos votos válidos em todas elas, mas começou a oscilar negativamente dias antes do primeiro turno, após a revelação dos escândalos de corrupção na Casa Civil e da entrada do tema do aborto na campanha.


Logo no primeiro debate do segundo turno, a petista mudou a estratégia de campanha reagiu com maior firmeza aos ataques que vinha sofrendo e contra-atacou Serra. A partir de então, a diferença entre ela e o tucano inverteu a queda e passou a crescer.

Campanha e baixaria

A tensão que marcou a campanha desde o início se intensificou nas últimas semanas. No Rio de Janeiro, Serra teria sido acertado na cabeça por dois objetos – uma bolinha de papel e um rolo de fita. Em Curitiba, Dilma foi alvo de balões d’água. Os próprios candidatos contribuíram para isso. Nos debates, Dilma e Serra trocaram insultos. Nos programas eleitorais, preocuparam-se mais em passar uma imagem “do bem” a apresentar propostas de governos.

A baixaria foi ainda mais marcante na internet, principalmente com correntes de e-mails que continham calúnias contra Dilma. Questões como a legalização do aborto e do casamento entre homossexuais foram exploradas à exaustão em e-mails apócrifos enviados a eleitores com a afirmativa de que Dilma pretendia trilhar este caminho. A chamada campanha subterrânea acendeu o alerta da Igreja Católica e de lideranças evangélicas. Até o Papa Bento16 apareceu nos últimos dias de campanha, sugerindo que os eleitores deveriam optar por candidatos que defendessem a vida.


Dilma promete garantir liberdade de imprensa e religiosa

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No primeiro discurso como presidente eleita do Brasil, em um hotel em Brasília, Dilma Rousseff prometeu hoje que em seu futuro governo irá garantir a liberdade de imprensa e religiosa, temas que geraram polêmica ao longo do segundo turno da campanha eleitoral.
Ao lado do seu vice, Michel Temer (PMDB), a petista registrou como compromisso de sua gestão valorizar o direito democrático à opinião e à expressão. "Eu vou zelar pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa, pela mais ampla liberdade religiosa e de culto", prometeu.
Ao longo da campanha presidencial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras lideranças do PT chegaram a chamar de golpista órgãos da mídia. A presidente agradeceu ainda os órgãos de imprensa nacionais e internacionais pela cobertura das eleições e ponderou que, em momentos da campanha, a cobertura a deixou triste. "Não nego que às vezes algumas coisas difundidas me deixaram triste", afirmou. "Mas somos amantes da liberdade", destacou, arrancando aplausos dos presentes.


Vitória de Dilma é destaque em portais do exterior


A vitória de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais de hoje é destaque nas páginas de internet dos mais respeitados veículos de comunicação do planeta. O site do jornal espanhol El País destaca o fato de Dilma ser a primeira mulher eleita para governar o Brasil e diz que "a herdeira política de Lula tem agora pela frente a formidável tarefa de governar um dos países que melhor representam a emergência de novas potências mundiais".
O diário francês Le Monde também dá destaque à vitória de Dilma e escreve que, durante os anos em que atuou no governo do presidente Lula, ela desenvolveu a fama de "dama de ferro". Já o diário norte-americano The New York Times salienta que Dilma venceu a eleição com base em promessas de manter os programas por meio dos quais milhões de pessoas saíram da miséria e transformaram o Brasil em uma das economias mais pujantes do momento.
Na Argentina, a página do periódico Clarín na rede mundial de computadores destaca que Dilma obteve uma "vitória contundente" em segundo turno ao derrotar o oposicionista José Serra por mais de dez pontos porcentuais. "Dilma Roussef se converte na primeira presidenta do Brasil", destaca por sua vez o periódico chileno La Tercera.

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