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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Alô mundo: Alcoolismo

Alô mundo: Alcoolismo

Paciência, um dom divino


"Senhor dai-me paciência. Quero paciência agora mesmo". Passados dez dias pós cirurgia, eu retorno aos médicos para uma avaliação e a conclusão de todos é a de que estou me recuperando muito bem. Mas... Como todo ser humanno, cheio de defeitos e insetisfeito por natureza, estou eu aqui impaciente e ansiosa para ficar livre dos drenos e amarras que me limitam e impedem que eu volte as minhas atividades. Na verdade, a habilidade de lidar com nossos problemas vem sempre seguida por um processo de aceitação. Por mais que a situação seja desagradável, dolorida e cause desconforto, aceitar a realidade nos torna capazes de enfrentar as situações difíceis e descobrir o que podemos fazer para remedia-las. Um bom começo pode ser agradecer a dádiva de um novo dia. Cada momento desse dia é precioso para mim. Tenho 24 horas para gastar hoje. Posso ter nesse tempo a oportunidade de aprender e crescer. Posso usar esse tempo para melhorar meu relacionamento com Deus, por meio de orações, com as outras pessoas por meio de telefonemas ou e mail, e comigo mesma através de meditação.

Câncer Free


     
         Hoje, 7 de novembro de 2014, estou no Presbyterian  Hospital, tomando mais uma dose de medicação. Esta medicação faz parte do tratamento contra o câncer de mama, e tem que ser ministrada  a cada três semanas durante  um ano ainda, sendo que não tem efeito de combate e sim  de prevenção contra um reaparecimento de células cancerígenas. Graças  a Deus, ao contrário das outras, esta não tem maiores efeitos colaterais. O tratamento continua apesar do sucesso da quimio e mastectomia que me deixaram quase cem por cento livre da doença. Agora estou em processo de reconstrução. O que me faz lembrar das bonecas de pano que minha vovó fazia quando eu era criança. -  Costura aqui, preenche ali, descostura, tira um pouco de enchimento, costura de novo... E assim vai.. - Tudo bem. Rsrsrs.  O importante  é que  estou viva, mais forte do que nunca, serena e com a fé aumentada, pronta para superar qualquer obstáculo que aparecer no meu caminho. Ainda tenho fazer mais duas cirurgias plástica, e  a respeito  da radioterapia...  - Fui dispensada.  Vou apenas participar de um estudo sobre ela. Durante os próximos cinco anos, vou ser acompanhada por alguns médicos, fazer exames e responder questionários sobre minha recuperação.  Os profissionais desta área, esperam que no final do programa, no qual estarão participando portadoras de câncer de  mama de todo o país, poder  afirmar com segurança, se a radiação trás mais benefícios ou danos as pessoas que fazem uso dela para tratamento de câncer.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Período de recuperação.

  • Ana Correia Granado
    Aqui estou eu novamente, cansada de descansar. Sei que não deveria reclamar da vida. Que existem muitas pessoas que gostariam muito de ter algumas horas de descanso e não podem. Mas para nós, seres humanos, o nosso problema sempre  é o maior  porque é o que você esta vivendo no momento. No geral eu estou bem. Os medicamentos para dor estão ajudando muito . Quanto ao  relaxante  muscular eu estou com duvidas. Mas as pessoas que passaram por isso dizem que é normal essa sensação de que você não esta cabendo dentro do corpo . Na parte do tórax tenho impressão que a pele e menor que o corpo e que foi esticada, esticada como um tamborim. Rsrsrs.... Isso certamente,além   de incomodo, reduz os movimentos acima da cabeça ou abaixo da cinturaMas, com cuidado,vou me virando como posso. Nenhuma situação, boa ou ruim dura para sempre.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

O lado bom da vida

Há um grande sábio que diz: De cada coisa ruim que te acontecer na vida, procure extrair ao menos três coisas boas. Assim as coisas não parecerão muito ruins.
O que essa doença me trouxe de bom foi a proximidade das minhas filhas e a solidariedade dos familiares e amigos me dando força, e a certeza de que sou amada e de que não estou só nessa luta.Obrigada  a todos que ajudaram, e sei que continuarão ajudando a amenizar sofrimentos e dificuldades que ainda estão por vir. Amo todos vocês..

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Eu

Posso ser leve e suave como a brisa que sopra na manhã, ou forte como a tempestade. Depende de como e onde você me ver passar.



quinta-feira, 24 de julho de 2014

Desejos e Deveres

Então, após a penúltima sessão de quimio, (resta só mais uma, que será aplicada  dia 25 do mês corrente, Graças a Deus , Aleluia!), eu fui a uma consulta com a minha oncologista, uma ótima  profissional., mas.. do tipo ´´- A médica aqui sou eu, faça o que mando, não faça perguntas." Acho que desenvolvi um certo tipo de implicância com a sua pessoa, rsrsrsr. Talvez porque foi ela que disse que eu estava com câncer e que eu precisava fazer quimioterapia. É óbvio que ninguém gosta de ouvir isso. Foi ela também que disse que ia ficar sem meus cabelos. Depois disse que eu ia ter que injetar insulina nas veias porque a medicação ia fazer aumentar a taxa de glicose de tal maneira que os comprimidos que tomo para diabetes não iriam ser suficientes.Quando tive problemas com um dente, disse que não deveria fazer tratamento dentário pois correria riscos de infecção ou hemorragia. Pediu tambem para que fossem evitados beijos e abraços, aglomerados de pessoas para não ficar expoata  a  infecções, e quando disse que pretendia visitar a família em agosto, uma semana depois da  ultima sessão, achou a idéia absurda e irresponsável...rsrsr. Em resumo ficou dificil para mim nutrir simpatia por alguém que diz: - Não saia de casa, não viaje, não veja, não beije nem abrace amigos ou  familiares,fique careca e sem dentes, sentada num sofá e se espetando com uma agulha. Isso por  nomínimo  quatro meses... Rsss. Bem, finalmente os quatro meses estão chegando ao fim, e o que importa é que, segundo a doutora o tumor foi reduzido a zero. 
- Que maravilha! Dissse eu. Então não vai ser necessário cirurgia ou radioterapia? E lá vem ela  novamente dizer coisas que eu não queria ouvir. Disse que o tumor foi reduzido, mas posso estar com células doentes espalhadas pelo corpo e blá blá blá, blá blá blá. Enfim com todos seus argumentos  científicos, me convenceu que  preciso seguir o tratamento previsto até fim, que a pior parte está terminando, e que eu tenho me saído melhor que o esperado. Agora é rezar para que corra tudo bem na última sessão, que eu me recupere rápido e possa , na próxima semana, viajar para o Brasil, matar a saudade da família e retornar bem, com as energias renovadas para encarar as novas etapas do tratamento.

sábado, 19 de julho de 2014

Um mal necessário

Na ultima sexta feira, eu ,  e meus amigos Jorgito e Ruth saímos a caminho do hospital para a quarta sessão de químio. Minha filha não pode nos acompanhar desta vez. Estava num cruzeiro programado há mais de um ano, quando eu nem sonhava que teria um câncer. Por sorte podemos contar com a ajuda de alguns amigos nas horas que mais precisamos. Fui para a químio meio desanimada desta vez....  e hoje fui tomar a injeção para reconstrução de glóbulos brancos como alguém que vai direto para a forca. Sei que isto não e bom.. Atitude, pensamento positivo é  tuuudo!.... Mas não sou de ferro e acho que estou cansando dessa brincadeira...rsrsrs. Também depois de passar uma semana maravilhosa, me divertindo, saindo para jantar e dançar, participando da festa da torcida  brasileira, me vejo obrigada a enfrentar tudo de novo. Químio, injeção de  e seu horríveis efeitos colaterais.

Quimioterapia e um termo dado ao tratamento de  determinadas doenças usando produtos químicos específicos. No caso do câncer,  ela pode matar tanto  as células doentes como as saudáveis.

Na visão romântica da minha enfermeira são soldadinhos meio burrinhos que são injetados no seu sangue para atacar os invasores, mas como não sabem distingui-los, ataca também os inocentes. Consequentemente, ela causa efeitos secundários  como anemia, náuseas, diarreia, queda de cabelo, infecções, sangramentos devido a baixa de glóbulos vermelhos, brancos, e plaquetas.

Neulasta e uma proteína produzida pelo homem que estimula a medula óssea a promover o crescimento de glóbulos brancos. Geralmente ela e aplicada 24 horas após o tratamento quimioterápico.Seus efeitos colaterais são: dores nos ossos, dor de estomago,
   










domingo, 15 de junho de 2014

Um copo meio cheio.

Então... De seis indicadas ,estou terminando a terceira sessão de quimio. So faltam três agora. Ou diriam os pessimistas. - Ainda faltam três... É a  velha história do copo d'agua pela metade. Algumas pessoas podem olhar para ele e dizer que está meio cheio, e outras, meio vazio. O duro da quimio é não sabermos o que vamos enfrentar depois dela, porque em cada uma delas sofremos reações diferentes. Na Primeira sofri uma forte diarréia, fiquei desidratada  e a taxa de glicose foi as alturas. Na segunda tomamos providência para prevenir estas reações, mas as dores no corpo, formigamento e dormência nos pés e nas  mãos,  sonolência e fadiga se acentuaram.Um incômodo  sangramento do nariz também foi motivo de preocupação. Agora estou aguardando as reações da terceira. Rsrsrsr. Porém se levarmos em conta os diversos e assustadores  efeitos colaterais que ameaçam os pacientes desse tipo de tratamento eu ate que estou com sorte. Na verdade a quimio e um ataque de soldadinhos que entram em nosso corpo para combater as células cancerigenas, mas como eles são meio burrinhos  , não conseguem diferenciar umas das outras,então acabam atingindo também as células boas. Por isso os efeitos colaterais e a destruição dos glóbulos brancos acontece. Para construir mais glóbulos brancos entram em campo novos soldados, e com eles os novos efeitos e as novas drogas para combate-los. Enfim e uma sucessão de drogas combatendo drogas em uma guerra que parece não ter fim.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Para o mundo que eu preciso descansar.

Hoje acordei com náuseas  e com o mundo girando em minha cabeça. E olha que nem foi eu que resolvi tomar todas para comemorar o aniversário de 21 anos. Rsrsrsrs... Aqui os jovens só podem consumir bebidas  alcóolicas, ou entrar em baladas depois de completarem 21 anos, por isso carregam a besta tradição de acabar as com as bebidas de todos os bares da cidade para depois passar o outro dia vomitando até as tripas. Mas tudo bem. Para mostrar seu amor e solidariedade, minha neta resolveu passar mal comigo. -Se e pra você andar que nem um zumbi, eu vou andar que nem um zumbi com você. Depois de sucos energeticos, remédios para combater dores e náuseas - vamos ao Freedon park! Kkkkk. Eu tenho que estar bem. Eu quero ficar bem para aproveitar essa adorável visita e comemorar muito os seus 21anos.  Afinal, só se completa 21 uma vez na vida e não sei quando vamos poder nos encontrar novamente. How are you? are you fine?  como vai voce?  você esta bemmm?  -Nossa! Ultrapassa o número de estrelas do céu o número de vezes que ouço esta pergunta desde o dia que fiquei doente. Não posso reclamar. As vezes e cansativo dar as respostas a todo momento, mas isto demonstra o quanto as pessoas se preocupam comigo. Digo cansativa porque a resposta e muito grande. -  Eu estou bem, estou com náuseas, dores no estômago, diarréia, dor de cabeça, dores no corpo. Estou cansada, a cada dez passos que dou parece que andei mil kilometros. As vezes me sobe um calor pelo corpo e então começo a suar frio. Mas estou firme rsrsrsr... Tudo isso já era esperado. Os médicos e enfermeiras disseram que eu tenho que descansar, mas não tem coisa que me deixa mais cansada nesta vida do que descansar. E assim estamos chegando ao final do feriado e das comemorações com chave de ouro. Mesmo sendo uma pós sessão quimioterapica. 

domingo, 18 de maio de 2014

Perdas e ganhos

A minha oncologista e a enfermeira responsável pelas aplicações da quimioterapia já haviam confirmado que a perda de cabelo iria acontecer. Só  não sabiam dizer como, nem quando. Eu carregava comigo ainda a esperança que ele não caísse por completo e me recusava a ficar experimentando perucas, bonés lenços ou chapéus. Oito dias após a primeira sessão comecei a notar que eles começavam a cair. Fomos a um salão e cortamos o mais curto possível. Ainda não havia me convencido de eu ficaria sem um fio de cabelo na cabeça. Não importa os argumentos   que os outros usassem para me consolar; ´´- O cabelo nasce de novo``..``- A vida é mais importante que o cabelo``, ou até dos mais francos: -`` você nunca teve cabelo comprido e bonito mesmo.. não vai fazer muita diferença. Rsrsrs``. Nada diminuía a tristeza que eu sentia., Passado mais uns três dias, tufos de cabelo começaram a ficar no travesseiro, ou cair por toda a casa. Na hora do banho é que eu sentia o maior drama. Passava o shampoo e quando enxaguava esfregando as mãos na cabeça, a banheira ficava cheia de pequenos fios que iam se soltando aos montes. Era como se o couro cabeludo estivesse apodrecendo, se tornando incapaz de segura-los. Era cabelo na cama, cabelo no chão, cabelo na mesa, um horror. Então não havendo outra saída, com a ajuda do meu genro e da minha filha, nos livramos dos poucos fios que tentavam resistir e por fim passamos a máquina zero. Tive vontade de chorar, fazer drama, mas achei que era coisa para filme ou  novela, e desisti.  No domingo seguinte ao fato, esperava apenas uma amiga que havia ligado dizendo que viria para o lanche da tarde;  mas fui surpreendida com a chegada de mais e mais amigas, trazendo pratos de comida vegetariana e plantas nas mãos.  Era a ´´Garden`s Party´´ , . [Festa do jardim], uma festa surpresa que minha filha havia planejado para mim. Conversamos, comemos coisas leves e saudáveis e rimos muito. Me senti amada, encorajada e ainda ganhei quase tudo para dar inicio ao projeto da construção da nossa própria plantação de ervas, que há tempos havíamos planejado, mas que ainda não havia saído do papel. Este domingo foi especial para mim. Com certeza vou guarda-lo na memória por toda vida. Perdi meus cabelos, porem ganhei a satisfação de sentir que sou amada e tenho vários familiares que se preocupam  com a meu bem estar e torce para que consiga superar a doença.
 

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Dias das mães



 
Hoje não acordei tão bem como gostaria de acordar. Meu nariz não para de sangrar, meus ossos doem, minhas pernas estão adormecidas e uma pequena onda de auto piedade e tristeza quer tomar conta de mim... mas auto lá. Hoje e dia das mães! Minha família espera por mim. Enquanto espero em meu quarto, o aviso de que o café da manhã esta pronto, falo com minha filha mais velha pelo Skype e leio mensagens dos outros. Minha filha  Andreia preparou uma linda mesa de café da manhã, com flores, comidas parecidas com as comidas brasileiras e muitos presentes. Juntei os presentes recebidos aqui aos que vieram do Brasil. Um livro,uma melissinha, enviados pela Amanda e dois desenhos feitos pelos netos Rafael e Ariel. O Rafael desenhou a nossa casa, eu pegando um avião indo para São Paulo e ele me esperando lá no Brasil. Disse que está com saudades e aproveitou para pedir um presentinho.. rsrsr,. Esperto esse garoto. A Ariel, como sempre , doce e solidária desenhou eu e ela sem cabelo.[Que gracinha]. Ficamos a manhã inteira lendo mensagens, filmando e fotografando os presentes. Afinal, momentos importantes assim devem ser registrados. É certo que dia das mães é todo dia e que merecemos carinho e respeito sempre, mas é gostoso receber presentes, nem que seja um bilhetinho, um cartão. É bom ter um dia especial só para nós, sermos lembradas e sentir o quanto reconhecem o nosso valor. Não deu para ficar triste por muito tempo e nem deixar de ser agradecida a Deus por ter me dado filhos tão bons, atenciosos e netos tão maravilhosos como os meus. Tristeza e pensamentos negativos espantados, fomos almoçar na casa da nossa amiga Lorena e passamos o rosto do dia na piscina relaxando, confiantes de que esta é uma situação passageira e que muitos momentos bons , ainda serão vividos.

domingo, 11 de maio de 2014

Boas noticias


Hoje era dia de retornar ao hospital para fazer uma avaliação geral do tratamento. Minha consulta era as treze horas, mas saímos de casa as nove para que eu pudesse também participar da reunião do Grupo de apoio para doentes de câncer de mama. Essa semana eu não fui para a escola ainda. Na segunda e terça feira estava com tantas dores nas pernas e fadiga que não fui capaz de levantar da cama , e hoje fomos ao hospital. A Andreia me deixou na porta do hospital e foi fazer seus exercícios diários. Combinamos não pedir intérpretes, porque assim eu era forçada a escutar e  falar inglês. Na reunião havia catorze mulheres doentes de câncer  de mama. Algumas que já haviam se curado do câncer transmitiram sentimentos encorajadores e deram sugestões para solucionar problemas que vão aparecendo durante o tratamento, outras em diferentes estágios e tipos de tratamento falaram sobre seus problemas e fizeram perguntas para esclarecer algumas de suas duvidas. Depois da reunião fomos almoçar num restaurante próximo ao hospital para que não nos atrasássemos para a consulta. Chegamos no consultório da doutora de nome estranho as treze em ponto. Não iriamos ver a Dipika, seriamos atendidos apenas por sua enfermeira assistente, o que nos dava um certo alivio, uma vez que desde a primeira vez que a vimos, talvez pelo fato de se portadora da noticia de que eu estava realmente com câncer  não nos simpatizamos muito com ela.  A enfermeira fez algumas perguntas, esclareceu duvidas, prescreveu receitas e mediu  o tumor. Fiquei feliz quando ela confirmou uma diminuição de mais de um centímetro do de tumor. 

terça-feira, 22 de abril de 2014

Espinhos e Rosas

Hoje não fui para a escola porque fomos a agência do Social Secury requerer meu número de seguro social para com ele conseguir dar entrada no plano de Saúde. Meu Green Card chegou ontem e não podemos perder tempo, pois mais do que nunca, no meu caso tempo é muito dinheiro.As contas do hospital estão chegando, e sinceramente, nunca vi preços tão absurdos, cada consulta trezentos ou quatrocentos dólares. Uma pequena anestesia, dois mil dólares. A cirurgia para implantar o portal 16 mil dólares. O pior que  nem perguntaram se queríamos colocar o portal ou não. Foram logo marcando a data e colocando.  Se me falassem o preço antes, certamente eu me recusaria. Um absurdo. Por isso quanto mais cedo tiver o meu seguro, melhor. A Andreia trabalhou em casa pela manhã e na hora do almoço fomos na yoga. A tarde a Ju esteve e trouxe os presentes que a Amanda enviou. Chocolates, havaiana e camisetas. As seis e meia fomos a uma aula de Zumba, muito chata por sinal. Quando saímos da Zumba, fomos ao mercado comprar peixe para o almoço da quarta feira. Não estamos comendo cem por cento vegetariano, mas diminuímos  muito o consumo de carnes vermelhas, dando preferência a frango e peixes
 
 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Dias ruins, outros nem tanto assim...

  1. Terça Feira  14 de abril. Acordei bem, consegui ir pra a escola e aproveitar bem a aula. A professora pediu para todos lerem a redação que havíamos feito na aula passada, mas eu não quis ler a minha. Escrevi sobre a minha doença e fiquei com medo de chorar na hora da leitura. Então eu pedi para ler na próxima aula. Queria escrever algo mais alegre. A professora já havia lido a minha redação e disse que se eu quisesse ela faria a leitura para a classe no dia seguinte. Eu disse yes, mas fiquei aliviada por ter uma consulta marcada e não precisar ir para a escola naquele dia. Cheguei em casa quase duas da tarde, vim de carona com Ruth e seu amigo. almocei e fui descansar um pouco. Acordei as quatro com um pouco de náuseas e diarréia. Tomei um chá, limpei a cozinha e fui caminhar um pouco. Estava uma linda tarde, e eu adoro caminhar pela redondeza, sentir o vento leve no rosto, obsevar os pássaros e as flores que vem chegando para enfeitar a paisagem da primavera. Não pude demorar muito na rua porque a diarréia persistia. Na madrugada, acordei com fortes dores no corpo e no estômago. Não quis chamar a Andréia para não assusta-la. Tomei um e esperei amanhecer. Como tinha consulta neste dia, achei melhor esperar. As sete horas desci para tomar café. A Andreia e o Justin ficaram preocupados porque eu mal conseguia ficar de pé. O Justim começou a verificar a pressão, febre, glicose e batimentos cardíacos. A Andreia preparou um suco verde. O suco fez com eu me sentisse melhor e pudesse esperar até às dez horas, quando tínhamos que ir mesmo para a consulta com a doutora Dipika. (0ncologista).  Passamos na assistente social para falar sobre as contas médicas e remédios. Ela prometeu ajudar em algumas coisas. Depois fui a uma reunião de grupo com pessoas que tem ou tiveram câncer de mama. Ouvi algumas histórias e sugestões com atenção e fiz algumas perguntas utilizando a intérprete que estava comigo. Na consulta ouvimos da Dr. Que o tumor havia diminuído e ficamos muito feliz. Mais tarde fomos almoçar, caminhar um pouco e tomar uma medicação que durou uma hora e meia. Recebi no hospital a visita da Marcia e do Jorge que me deu de presente um tigrinho de pelúcia. Eu adorei. A tarda Ju veio me ver e dar uma força para a Andréia. Conversamos e rimos muito. E assim se passaram mais dois dias de luta, e eu agradeci a Deus por ter amigos e familiares para cuidar de mim.

Nem sempre estarei bem!

Hoje acordei bem enjoada e sentindo as pernas fracas e doloridas. Gostaria de estar para ir para a escola e seguir minhas atividades normais, mas sei que nem sempre vai ser possível. Tomei uma injeção para acelerar a produção de glóbulos brancos e como me alertaram que eu poderia sentir dores nos ossos, eu assim estava sentindo. Também passei a sentir náusea e dor  de cabeça. Tomei alguns medicamentos, conversei com algumas pessoas, chorei um pouco,e agora estou me sentindo melhor. Poder contar com a família e amigos tem sido de grande ajuda para mim. Ontem recebemos a visita de um amigo médico, que me trouxe frutas, carinho e conforto. A noite esteve aqui, meus primos Liliam , Leandro e companhia. Jantamos, jogamos baralho e rimos um pouco. Tive algumas noticias desagradáveis a respeito de meus familiares no Brasil também, o que me deixa um pouco triste, mas me reforça que os problemas fazem parte da nossa vida e que so o que nos resta e enfrenta los da melhor maneira possível.  Vou ver se consigo comer algo agora, e depois tentar caminhar um pouco.

sábado, 12 de abril de 2014

Como se fosse limonada!

Na quinta feira passada iniciei minha sessões de quimioterapia. Nao tive nenhuma reação a principio. Ficamos em uma sala bem equipada, com cadeira que aquece e se movimenta para seu melhor conforto. Estavam comigo a intérprete, minha filha Andreia e meu amigo jorge por um bom espaço de tempo. Ficamos conversando o tempo todo que nem vimos o tempo passar. Entre preparação e aplicação dos medicamentos, ficamos quase sete horas no hospital.  Devo me considerar uma pessoa de sorte por estar rodeadas de pessoas dedicadas que se preocupam e cuidam de mim. O hospital e bem estruturado e as pessoas que trabalham nele sao muito atenciosas e gentis. Recebi também a visita de várias pessoas de diferentes associações de apoio aos doentes de câncer. Me presentearam com vários presentes, coisas que eu certamente usarei durante o tratamento, e me confortaram com depoimentos e palavras de encorajamento. Eu sai do hospital animada, torcendo para que eu continue a tomar essas drogas como se estivesse tomando limonada.

Quiomio X Tratamento Alternativo

Estava na escola com meu ipad ligado no dicionário, mas também conectado no facebook. De repente as mensagens começam surgir sem parar. Eram  minhas filhas discutindo via grupo de bate papo, sobre as diferentes formas de tratar um câncer. Amanda a caçula ,estudante de veterinária, do quarto ano, acredita no poder das drogas utilizadas para deter a doença. Sabe dos riscos que correm os usuários da quiomioterapia, mas acha que na minha situação ela e necessária. Andreia esta toda empenhada em estudos sobre vários tipos de cura, e acredita que uma terapia alternativa, sem uso de quiomioterapia poderia vir a ser eficaz. Estamos confusas com asituação a situação. Sao muitas opinioes, muitas hipoteses, mas o caso e grave e nao podemos esperar mais. Optamos pela quiomiterapia e decidimos nos colocar nas maos dos medicos e de Deus.
Existem muitos métodos alternatativos comprovados cientificamente capazes de curar doenças graves. Eu lógico que preferiria utilizar um tratamento menos agressivo. Mas as dificuldades e o alto custo para aderir este tratamento me obrigam a apelar para o tratamento hospitalar. Também tenho o agravante da diabetes, que me impede de ingerir os alimentos adequados para a cura do câncer por meio de alimentos. O que e indicado nesta terapia. O ideal seria me internar em uma clinica e fazer o tratamento a risca. seria arriscado fazer o tratamento em casa. Porque correria o risco de não ter o efeito desejado. então eu não estaria sendo beneficiada com nenhum tratamento e o câncer , que se encontra no estágio três, poderia se agravar, espalhando se pelo resto do corpo e dificultando ainda mais a cura.

terça-feira, 8 de abril de 2014

De volta a realidade

Depois  de passar um fim de samana maravilhoso em Charleston, estamos de volta a realidade. Esta semana promete ser longa. Na quinta feira vou começar a fazer quimioterapia. Ontem tivemos que ir ao hospital para uma orientação sobre os seus efeitos. Tive vontade de sair correndo e não voltar nunca mais aquele lugar. Mas a enfermeira foi muito simpatica, nos tranquilizou dizendo que aqueles afeitos acontecem em apenas trinta por cento dos pacientes. Espero estar entre os setenta por cento que sofrem menos... Rsrsrs. O lugar até que e agradável. Limpo , bem arejado, um pessoal muito atencioso. A primeira sessão vai durar seis horas, porque antes tenho que fazer uma preparação com   medicamentos para evitar efeitos colaterais   e exame de sangue para contagem de plaquetas sanguíneas. A enfermeira explicou que é esperado que as plaquetas diminuam, porque as drogas matam também as celulas  boas. Mas se elas diminuerem demasiadamente, o tratamento terá que sofrer modificações.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Quanto tempo tenho de vida ainda, Doutor?

Esta é uma das perguntas mais idiotas que alguém é capaz de fazer. Mas era a que tinha em mente quando me dirigia ao hospital em busca do resultado das tomografias de órgãos e ossos que fiz para saber se a doença havia se espalhado pelo resto do corpo, ou não. Ninguém pode  determinar nosso tempo de vida.  Existem pessoas que são desenganadas por médicos e vivem muitos anos mais. Outras gozam de plena saúde e morrem de repente , em acidentes ou vítimas de violência. Não sei porquê, mas quando recebi a notícia de que estava com câncer, a primeira coisa que me veio em mente foi a idéia de que iria morrer em breve, mas depois fui me acostumando com a idéia,fui vendo que não sou a única que sofre deste mal,estudando as diversas formas de tratamento e cura.

terça-feira, 1 de abril de 2014

1* de Abril

Eu tenho câncer! Queria muito que fosse mentira. mas não é! É fato!       
1* de Abril de 2014. Sete horas da manhã. Sigo com minha filha Andreia, rumo a um hospital para fazer uma tomografia. Preciso saber se o câncer se espalhou para o resto do corpo.

Ontem eu rezava para não ter câncer, hoje eu rezo para que ele fique somente no peito, Amanhã... Ah! o amanhã a Deus pertence.. Vamos viver um dia de cada vez.

Meus novos livros de cabeceira!

Hoje passamos quase o dia todo no hospital. Fiz dois scanners. um para saber se meus órgãos estão intactos, e outro para verificar os ossos.  O resultado vai ser entregue ao oncologista, e amanhã vou saber o resultado. Antes do primeiro exame me pediram para ingerir um liquido por uma hora e o exame levou apenas cinco minutos. Para o segundo me deram um medicamento e depois de três horas, colocaram me em uma maquina por quase vinte minutos. No intervalo de três horas, fomos fazer caminhada e comprar produtos orgânicos vegetais e frutas. Paralelo ao tratamento médico estou fazendo um tratamento terapêutico, baseado em uma dieta rica em vitamina e minerais, livre de qualquer proteína animal, ]açúcar,sal e gorduras.

A parte chata desta dieta e uma coisa chamada ``enema´´. Mas se for para diminuir as sessões de
radio e quimioterapia, vale o sacrifício...

Não tem sido fácil para mim aceitar que estou com um doença desta. Tenho tentado ser forte. Estou recebendo apoio de meus parentes e mitos amigos queridos. Alguns acho que ainda não ficaram sabendo, o que não e ruim, pois estão atrasando o sofrimento. Estou procurando, meditar, manter a calma e continuar minhas atividades diárias. Mas como sou humana, me permito ter alguns momentos de medo, revolta e desespero, iguais ao que me aconteceu hoje a tarde. De repente me deu uma vontade imensa de chorar, e eu chorei até secar as lágrimas. Depois sai para caminhar e gritei para o universo ouvir que eu amo a vida, que eu não estou preparada para virar estrela agora. Eu ainda não terminei de escrever meu livro, tenho que ver minha filha caçula se casar, meus netos crescerem. Tenho que ajudar os outros netos que por ventura irão nascer e tenho que levar a Ariel para Disney como prometi. Promessa é divida e não posso morrer individada.

Os exames não foram doloridos. Até agora não senti dor alguma. A mamografia, o ultrason, a biópsia e agora as tomografias, causaram um certo desconforto mas ocorreram de forma tranquila.