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sábado, 16 de janeiro de 2010

No Brasil, militar ferido em terremoto
diz que quer voltar para o Haiti

Segundo militar, um pedaço menor da laje
caiu sobre a cama onde ele estav

Militar ferido que estava no Haiti chega à Base Aérea de Guarulhos, SP
Duas horas depois de chegar ao Brasil com um ferimento na cabeça, o cabo Carlos Pimentel de Almeida disse nesta sexta-feira (15) que quer voltar ao Haiti, devastado por um terremoto letal para dezenas de milhares de pessoas. O militar afirmou também que esse é o sentimento dos 16 colegas lesionados que desembarcaram junto dele nesta manhã no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

"Gostaria de voltar para ajudar. O Haiti precisa muito da força do pessoal brasileiro, que cumpre um papel muito importante no país", disse o militar a jornalistas. Emocionado, ele perdeu 14 colegas - sete deles na região do quarto onde descansava antes do tremor de 7 graus na escala Richter. "Vou pessoalmente à casa dos familiares dos meus amigos para falar com cada um deles", comentou.

Segundo ele, um pedaço menor da laje caiu sobre a cama onde ele estava. "No resto do quarto ela caiu intacta, inteira, de uma vez. Eu e um amigo apenas conseguimos sair e cada um correu para um lado para buscar ajuda", afirmou. "Tudo durou menos de três segundos. Só tenho a agradecer a Deus porque até agora não consegui entender o que aconteceu e por que eu sobrevivi."

Dois militares brasileiros desembarcaram em macas e serão encaminhados ao Hospital Militar, no bairro do Cambuci, zona sul de São Paulo. Os demais passarão por exames de laboratório - para detectar possível contágio de doenças - e psicológicos, informaram as Forças Armadas.

Os brasileiros que retornaram do Haiti são: sargento Wilian mendes Pereira, sargento Tareck Souza de Pontes, cabo Daniel Coelho da Silva, tenente Rafael Araújo de Souza, sargento Gilberto Emílio Marafon, soldado Diovani de Souza Silva Tohomaz, cabo Carlos Michael Pimentel de Almeida, sargento Carlos Alberto Fonseca, capitão Renan Rodrigues de Oliveira, cabo Adriano de Barros Cavalcanti, cabo Eugênio Pesaresi Neto, cabo Luís Paulo das Chagas Lima, cabo Alcebíades Orlando dos Santos Ferreira, soldado Welinton Soares Magalhães, sargento Rômulo Cézar de Carvalho e o tenente-coronel Alexandre José Santos.

O cabo afirmou também que havia risco de roubo de fuzis nas instalações brasileiras destruídas pelo terremoto. As forças brasileiras lideram um esforço das Nações Unidas para conter a violência no país mais pobre das Américas desde 2004.

As Forças Armadas informaram também que o grupo militar que retornaria ao Brasil no dia 29 deste mês teve sua viagem adiada para prazo indeterminado.

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